sexta-feira, 29 de maio de 2015

VIRGIL


VIRGIL - Primeira pintura que eu fiz desse personagem para um projeto de joguinho que estou escrevendo atualmente. Abaixo segue a história que eu escrevi para o personagem. Nada muito complexo, mas dê uma lida e opine. ( clique em "mais informações" para ler )


Isso não tinha que acontecer comigo. Por que? Por que tudo isso tinha que acontecer? Estou sendo injusto, o pior foi com meu irmão. Ele não esta mais aqui, foi tirado de mim, bem diante de meus olhos.

                Era comum sairmos para caçar. Costumava ser nosso momento preferido, nossa sincronia ao perseguir a caça era perfeita. Esgueirávamos-nos através dos arbustos silenciosamente, observando a presa. Era certo naquela noite, ter um bom jantar. Um Oliglico adulto, forte e suculento estava diante de nossos olhos. Era justamente nesses momentos em que podia praticamente sentir as intenções de George, parecia emanar dele tão claramente que as palavras se formavam em minha mente.
                Algo assustou o Oliglico e ele saiu correndo para longe, fomos persegui-lo, mas ai tudo aconteceu muito rápido e George me empurrou contra os arbustos mais próximo e nesse momento eu senti uma dor aguda em minha mente que fez-me perder a fala. Era meu irmão gritando dentro daminha cabeça. Quando abri os olhos e olhei pela folhagem foi quando o vi. Sua perna estava sangrando, uma flecha havia atravessado sua perna e ele estava sendo erguido por um bárbaro, um monstro grande que o segurava com apenas uma das mãos.

                "Não venha" - As palavras era um murmúrio na minha cabeça. "Não venha, fique onde está" - Eu estava indeciso, muito indeciso. Eu queria ajuda-lo, sair de onde estava e atacar o agressor, mas suas palavras estavam me paralisando, quase como se George, estivesse controlando meu corpo, me deixando imobilizado. Foi quando vi mais três Bárbaros saindo das sombras das árvores e irem se juntar ao agressor de meu irmão.
                Ele estava perdido, eu tinha que mover-me se quisesse ajudar George, mas a pressão dentro de minha cabeça estava cada vez mais forte, ele estava sentindo o meu esforço para se mover e de alguma forma, estava fazendo ainda mais força para me conter. Como ele podia fazer isso. Meu gêmeo não tinha essa força toda, como ele podia me subjugar dessa forma e deixar-me apenas a observar impotente toda a cena.
               
                Eles falaram em uma língua estranha e não entendi nada e foi nesse mesmo instante que o agressor de meu irmão o lançou no chão. Pude sentir a agonia de George e seu esforço ainda maior para me conter. O Bárbaro sacou sua monstruosa espada das costas e com apenas um movimento a cravou com facilidade no peito de meu irmão. Ele deu um gruído grave e a pressão sobre meu corpo se desfez. Mas estava tão horrorizado com a cena, que ainda não movia um músculo.

                Um outro bárbaro disse mais alguma coisa e todos os outros riram, deram as costas e partiram. Foi quando percebi. Lentamente a existência de meu irmão se apagando. Era um sentimento de abandono que podia sentir na alma. Sempre fomos  ligados de uma forma que ninguém sequer podia compreender, e ao sentir isso, as forças voltaram ao meu corpo e pude me mexer. Corri para onde George estava.

                Foi quando o alcancei, que o encontrei sem vida.

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